Mais um poema de guerra de Wilfred Owen (1893-1918), soldado-poeta, que, ferido em batalha, conheceu Siegfried Sassoon, outro poeta, e que o encorajou a continuar escrevendo sobre a insanidade que vivenciavam.
Dessa vez, Owen lamenta as mortes em massa dos soldados, que como gado são abatidos, sem direito a funerais, ritos ou homenagens dignas.
Nesta tradução, não muito pude fazer para manter rimas perfeitas, por vezes recorrendo às rimas assonantes e, em alguns casos, aliterantes.
Hino à Juventude Perdida, por Wilfred Owen
Quais badaladas para aqueles que morrem como gado?
Apenas a cólera monstruosa das espingardas
Apenas a matraca rápida dos rifles
Podem anular suas orações apressadas.
Sem ofensas para eles, agora. Nem rezas, nem sinos;
Tampouco vozes de luto, salvo os coros
Os estridentes, dementes coros de cápsulas em prantos;
E cornetins cantando-os de condados distantes.
Quais velas pode-se empunhar para acelerá-los?
Não nas mãos de garotos, mas em seus olhos
Cintilarão despedidas em vislumbres santos.
A palidez de tezes femininas suas mortalhas;
Suas coroas, a ternura de mentes pacientes,
E a cada lento ocaso o final das batalhas.