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segunda-feira, 20 de setembro de 2021

Hino à Juventude Perdida (poema traduzido)

Mais um poema de guerra de Wilfred Owen (1893-1918), soldado-poeta, que, ferido em batalha, conheceu Siegfried Sassoon, outro poeta, e que o encorajou a continuar escrevendo sobre a insanidade que vivenciavam.

Dessa vez, Owen lamenta as mortes em massa dos soldados, que como gado são abatidos, sem direito a funerais, ritos ou homenagens dignas.

Nesta tradução, não muito pude fazer para manter rimas perfeitas, por vezes recorrendo às rimas assonantes e, em alguns casos, aliterantes.

 

Hino à Juventude Perdida, por Wilfred Owen

Quais badaladas para aqueles que morrem como gado?
Apenas a cólera monstruosa das espingardas
Apenas a matraca rápida dos rifles
Podem anular suas orações apressadas.

Sem ofensas para eles, agora. Nem rezas, nem sinos;
Tampouco vozes de luto, salvo os coros
Os estridentes, dementes coros de cápsulas em prantos;
E cornetins cantando-os de condados distantes.

Quais velas pode-se empunhar para acelerá-los?
Não nas mãos de garotos, mas em seus olhos
Cintilarão despedidas em vislumbres santos.

A palidez de tezes femininas suas mortalhas;
Suas coroas, a ternura de mentes pacientes,
E a cada lento ocaso o final das batalhas.

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